quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A Menina e o Bulldog (Epilogo)

O vilarejo era pacato, mas tinha suas histórias para pesar nos viajantes que ali queriam se hospedar. Nas primeiras ruas do vilarejo que levavam para o grande precipício do fim do mundo, dois moradores descansavam no banco a frente da taberna. Com o vento passando devagar sobre seus rostos o mais esguio puxou conversa.
- Não faz muito tempo quando tivemos aquela briga de cachorro grande.
- Verdade. Mas até hoje não consegui entender essa maldita história. Aquele fantasma do rei usurpador... Qual era o nome dele?
- Festus.
- Esse mesmo... enfrentou um bulldog e uma garotinha. Qual era o proposito de tudo isso?
- Ha. Não faz pergunta difícil. Me contaram que quando a garotinha voltou para esse vilarejo o bulldog estava debruçado no precipício inconsciente. Só sei que eles não foram páreos para o Usurpador.
Os dois homens permaneceram quietos por um tempo. Um pegou um pouco de fumo, enrolou e começou a fumar o cigarro improvisado. O outro homem deu um rápido gole na caneca de cerveja.
- Então a garota nunca mais vai sonhar com esse local, muito menos com o seu guardião. O que eu não entendo é por que o Solitário apareceu aqui? O sol chega a queimar meu dedão do pé. Foi por causa da Lua?
- Nunca vi por essas regiões.
Entre fumo e bebedeira contida em um inicio de dia, um homem elegante com trajes vermelhos, da bota ao terno de corte fino, do chapéu ao coleto preto com finas linhas cor de sangue, saiu da taberna e foi em direção dos dois moradores do fim do mundo.
- Vocês querem saber o que realmente aconteceu aqui? - disse o homem ajeitando o chapéu.
- Quem é você? - disse um dos moradores.
- E como sabe da nossa conversa? - retrucou o outro em prontidão.
- Eu sou um novo gás para esse mundo onírico. Me chamo de Cobalto Vermelho. Poucas pessoas sabem dessa história. Na verdade é uma história como outra qualquer, a menina perdeu seu sonho ao cair no precipício.
- Ela caiu então. O Usurpador não falha. Aquele maldito precisa ser contido.
- Ele foi o rei desse vilarejo e agora e a sua maldição. Alguém um dia até conseguirá detê-lo, mas aqui ainda continuará sendo o fim do mundo dos sonho. A menina é jovem e terá outros sonhos, só porque agora nunca mais lembrará do seu mascote e desse lugar de novo. Tudo será novo e amaldiçoado.
- Amaldiçoado?
- Não vamos fugir da nossa história. As maldições dos sonhos repetidos não é conto para plebeus como vocês. Vamos a um resumo dessa história: Ela sonha, encontra um mascote que irá guia-la, um pesadelo surgi e joga ela do precipício, mas antes o Solitário aparece e fala alguma baboseira que pela magica desse mundo fará essa garota encontrar uma redenção. Quem sabe o Bulldog volte a ser o mascote dela. Não iremos entrar na história do Solitário. Vocês só precisam saber de uma coisa: muitos sonhadores viram à esse fim de mundo e muitos iram cair nesse precipício. Esse mundo foi feita pela noite e eterno dia ensolarado é a maldição do nosso reino. Mas chega de histórias. Estão satisfeitos com o desfecho?
Os dois homens se olharem antes de um deles largar o fumo e dizer cabisbaixo.
- Não estamos para falar a verdade. Então não teve proposito, apenas mais um sonhador e o rei usurpador decidiu acabar com o sonho da garota. Mas é a dama do sol que ajudou ela? Não pode ter sido isso que enfureceu o rei?
- Não coloque mais palha nessa fogueira morta, Coincidência. O fato é que essa história é ruim.
O homem vermelho conhecido como Cobalto Vermelho se afastou dos dois e da taberna, partiu para dentro do mundo escuro e iluminado pela luz da lua. Existem histórias boas, histórias ruins, curtas e longas, simples e complicadas, mas o que elas tem em comum é que são histórias e histórias são feitas para serem contadas. Em uma rápida e repentina mudança de trajeto o Cobalto Vermelho deixa uma recado antes de partir.
"Nesse universo irradiado pelo infinito, o tempo e espaço entre o conto de uma histórias pode demorar dias, mesmo que tenha acontecido a muito tempo. Isso se deve a ligação continua entre todos os sonhos e sonhadores. Como disse anteriormente, meu nome é Cobalto Vermelho e de agora em diante serei seu guia para contar essas histórias. Irei desbravar esse mundo e contarei tudo que os meus e mente conseguirem decifrar. Histórias como essa poderão surgi, porque não? Mas será dos cenários e dos folclores que a magia acontece"
Naquele momento um novo sonho havia começado

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