segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A Menina e o Bulldog (Sonho 2)

O que você faz quando ao entrar no mundo dos sonhos encontra um bulldog rosnando e latindo sem parar? É óbvio que você ficará assustado.
- O que você está fazendo? - disse a garota
- Estou mostrando que posso ser um ótimo protetor - o cachorro bufou - Só não quero que você me abandone.
- Isso nunca aconteceria - a garota pegou o bulldog no colo e o afagou.
- Adivinha? Descobri onde estamos. Em um sonho.
- Agora tudo faz sentido. Seria muito estranho humanos falar - a garota deu uma risadinha - Já que estamos predestinado a andar juntos nesses sonhos, qual seria seu nome?
- Cindel. E o seu?
- Apenas Bulldog, não existem muitos iguais a mim aqui e todos pegaram os nomes legais. Demolidor, Usurpador, Mestre e outros.
No final do diálogo, Cindel olhou ao redor e com dificuldade descreveu para si onde estava. Um mundo de grama muito verde sobre filetes de água próximos, muito próximos de uma enorme cascata, com o sol brilhando sem medo no alto, longe do alcance das pequenas mãos da garota. Poucos passos de onde estavam, o homem parrudo de avental e cetro relaxava sentado na beirada da cascata sem fim. O som era alto, mas tranquilizador.
- Vamos falar com ele - disse Cindel.
Bulldog foi relutante e sem êxito, então tomou a dianteira para provar ser o melhor protetor de todos.
- Oi
- Olha quem apareceu no fim do mundo. Descobriu onde está?
- Sim. Em um sonho.
- Não um sonho, o mundo dos sonhos. Desculpe pela grosseria, não estava no meu melhor dia e todo mundo sempre pergunta para mim a mesma coisa e nunca compram nada da minha loja.
Cindel pensou no assunto e quando novamente se lembrou que estava em um sonho, decidiu comprar algo da loja do homem, afinal tudo não se passava de um sonho.
- Eu... Eu quero ver o que tem de bom nessa loja.
- Ótimo - o homem se animou e logo sua grande casa germânica surgiu atrás deles - Meu nome é Barros, Tony Barros, o mago das espadas.
- Um ferreiro você quis dizer- falou o Bulldog com ar áspero. O homem só retrucou com um sorriso malandro antes de todos entrarem na casa de espadas.
- Vejam minhas armas, roupas e quem sabe não lhes mostro minhas poções e brinquedinhos mágicos. Vejam essa arremessador de ovos... desculpe, não sei como isso veio para aqui. Fiquem a vontade.
Mesmo com toda a balburdia do homem, Cindel não tinha olhos para outra coisa a não ser para um conjunto de roupa branca e de detalhes em vermelho e o sobretudo de couro branco.
- Eu vou querer essa roupa.
- Boa escolha, pequena. E como irá pagar.
- Você está brincando comigo. Você é grande, mas não é dois não - falou eufórico sobre o balcão Bulldog
Cindel fechou os olhos e com toda a força possível aquele belo conjunto já estava em seu corpo.
- Seu saco de pulgas. Quando a pessoa é merecedora, tudo que está nessa loja pode ser dela - nesse momento o homem emagreceu razoavelmente, porém ainda era gordo - E é isso que eu ganho, minha antiga forma. Longa história que não irei contatar para você, saco de pulgas. De repente Cindel e Bulldog estavam novamente com os pés afundados na grama úmida próximo da cascata.
- Esse Tony irá me pagar da próxima vez que eu ver ele - Bulldog fazia movimento estranhos de luta para demonstrar sua força. Cindel apenas sorria.
- Olha o que eu vejo, intrusos - disse um soldado de armadura roxa de mais ou menos quatro metros de altura, pigando um líquido também roxo por entre as frestas - Garotinha, você devia ter escutado sua amiga e ter ido embora daqui.
- Quem é você - Cindel começou a soluçar e perder o controle do seu sonho.
- Eu sou o rei usurpador desse vilarejo e desse pedaço do fim do mundo. Vocês humanos intrusos sempre acham que podem entrar nesse mundo e fazer o que quiser. Eu os impeço porque esse é o meu mundo, não o de vocês.
- Não te disse que os nomes legais todos já haviam pegados.
- Aposto que esse cara achatada deve ser seu protetor. Aquela maldita sempre manda esses patéticos animais achando que podem ser páreos contra mim. Dessa vez ela errou. Eu estou pronto, e você?
Cindel se sentiu cansada e com medo, tudo começou a ficar escuro e o sol em um intenso vermelho.
- Sonhe mais um pouco garota - dizia Bulldog - Sozinho não posso fazer isso.
De olhos fechado a pequena imaginava gigantes para destruir o guerreiro. Foi quando um enorme estrondo balançou a terra.
Bulldog tinha se transformado em um enorme cachorro com espinhos e presas grandes para fora da boca, com mesmo teor roxo do guerreiro. Cindel sorriu e Bulldog retribuiu com um sorriso torto.
- Eu irei segurar ele. Volte logo, pequena.
- Como assim, o que você quer dizer...
Naquele momento o sonho havia acabado.

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