Todos estavam reunidos na mesa, Mamãe Noel, Papai Noel, o duende chefe Ring Dong, as renas Rodolfo e Corredora e o sonhador Danian. O rapaz era tímido, mas foi dele que saiu o primeiro brinde. Todos se levantaram para ouvir Danian com um garrafa fechada de champanhe na mão e uma taça vazia.
- Gostaria de agradecer por vocês terem me aceitado - o Papai Noel ficou sem jeito - É difícil para mim com vinte e oito anos acreditar em você bom velhinho, sem ofensa. Estar aqui é um sonho de criança se realizando. Mesmo que nós adultos não acreditamos em contos, é a fé que mantem nosso mundo salvo e estimula nossa imaginação. Vocês nunca foram contos, mas cantos de esperança de um mundo melhor. Agora um brinde - Danian com dificuldades abriu a champanhe fazendo a rolha estourar na cabeça do bom velhinho que desmaiou. Todos ficaram horrorizados.
- Onde estou? - disse Papai Noel deitado em sua cama zonzo.
- Em sua casa amor - disse Mamãe Noel.
- Certeza? Eu não lembro de vocês? Não lembro dessa cama, mas me lembro desse rapaz. Danian, venha aqui.
O rapaz chegou mais perto, o suficiente para Noel dar um tapa em Danian.
- Você acertou minha cabeça, rapaz. Agora só me lembro dessa cena... Hoje é Natal, não é? E eu sou o responsável por ele? Acho que minha memória está voltando. Me ajude a levantar amor. Preciso voar, está quase na hora.
Todos foram para fora da casa no gelo infinito do Pólo Norte. Danian sempre mantinha um passo atrás com medo de fazer mais alguma besteira.
O trenó estava pronto e Noel mesmo que zonzo também.
- Vamos voar.
Sem medo, Noel correu desajeitado para o trenó... minto, para as renas... para falar a verdade o bom velhinho havia aberto os braços rumo ao penhasco. Quando notaram, vários duendes correram na direção dele junto com Danian. Se tivessem chegado milésimos de segundos depois, o bom velhinho teria quebrado seus ossos no chão gelado. Segurado pelo cinto de couro o bom velhinho voltou a deitar na cama.
- Eu me esqueci como voar. Isso é impossível. Vamos voltar para o trenó, prometo que farei direito seja lá como for.
- Descanse amor. Temos que achar um substituto.
- E quem seria - disse Ring Dong - Você não está pensando nele? Tudo menos ele.
- De quem ele está falando? - perguntou Danian para Mamãe Noel.
Mamãe Noel sentou na cadeira de balanço e falou.
- O feriado mais próximo, o ano novo.
- Quem me chamou? - naquele momento surgiu um homem alto de terno branco, limpo como a neve.
- Infelizmente você precisa me substituir, Jorge - disse Noel.
- Por que infelizmente? Sempre desejei andar naquele trenó. Vamos, Danian. Preciso leva-lo para casa antes que você me acerte com algo, acerte o próximo e o próximo sendo suficiente para o Coelhinho da Páscoa substituir o Noel.
Danian logo focou que tudo era um sonho, tinha que ser um sonho, mas aquilo não entrava em sua cabeça.
Voando pelo mundo, Jorge Ano-Novo chegou na casa de Danian.
- E aqui você se despedi. Melhor você acordar. Daqui alguns instantes já será de manhã e quem sabe o Ano-Novo não tenha te trazido um presente. Felizmente para você a lista de malvado já havia encerrado.
- Por que eu iria acordar? Isso não é um sonho.
Naquele momento o sonho havia acabado.
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